segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Funk





O funk brasileiro, diferente do norte-americano, é um tipo de música eletrônica originado nas favelas do Rio de Janeiro, derivado do Miami Bass, devido à sua batida rápida e aos vocais graves. Chamado apenas de funk em seu local de origem no país, também é conhecido por 'funk carioca' em outras regiões do pais.

História

Anos 1970

Na década de 70 surgiram as primeiras equipes de som no Rio de Janeiro, como a Soul Grand Prix tocando Soul e Funk, liderada por Ademir de Barros e Big Boy que promoviam bailes, inclusive, no badaladíssimo Canecão.

Anos 1980

Com a ampliação do acesso a tudoqüência FM, a partir da década de 80, o funk no Rio começou a ser influenciado por um novo ritmo da Flórida, o Miami Bass, que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas. Só a FM O Dia dedica grande espaço em sua grade horária para os falsos sucessos feitos no ritmo funk, um dos mais famosos é a regravação de uma música de Raul Seixas: o "Rock das Aranhas" que vira hit e se junta a ele outras músicas feitas com muito humor e sem muito apelo político como adaptações de músicas do funk norte-americano e gravações de cantores latinos como Stevie B, Corell DJ, entre outros MC's. Dentre os raps que marcam o período mais politizado (mas sem perder o humor) no funk é o "Rap do Acari" que abordava o tema da famosa Roubauto, feira de peças de carro roubadas pelas cidade - a feira muito eclética era sinônimo da precariedade do acesso dos pobres da periferia e outros marginalizados à bens de consumo.
Atrelado a isso, complementando o leque das equipes de som já existentes, dentre elas, CASH BOX, SUPER TROPICÁLIA, JET BLACK, DISCO DANCE, SIGNUS, A BOLHA, SUPERSONIC, HOLLYWOOD, STUDIO LD, surgem, com destaque A Coisa, O Kakareko e as duas grandes rivais Pipo's e Furacão 2000 que organizavam bailes dançantes. Os primeiros bailes fechados em clubes da periferia como a Paratodos da Pavuna, Pavunense, Exentric (Duque de Caxias), entre outros eram feitos com vitrolas hi-fi e as equipes foram, aos poucos, crescendo e comprando equipamentos melhores.
Ao longo da nacionalização do funk, os bailes, até então, realizados nos clubes dos bairros das periferias da capital e região metropolitana, expandiu-se para eventos em céu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, mais traficantes, o grupo mais fiel e o melhor DJ. Neste meio surge o DJ Malboro, um dos vários protagonistas do movimento funk.
Com o tempo, o funk ganha grande apelo dos marginalizados e se afirma como a voz da periferia, cujas letras cantadas pelos MCs, enfatizavam às reivindicações populares pelo combate da violência policial nas comunidades carentes dos morros cariocas. As músicas tratavam o cotidiano dos freqüentadores: abordavam a violência e a pobreza das favelas.

Anos 1990

No início dos anos de 1990, aparece Gabriel O Pensador, como um rapper destacado do panorama com críticas políticas como seu primeiro hit "Tô Feliz (Matei o Presidente)", uma crítica à gestão do então presidente Fernando Collor de Mello (de quem sua mãe era assessora), que se segue ao sucesso "Retrato de Um Playboy (Juventude Perdida)" onde caracteriza alguns jovens violentos de classe alta que utilizam de sua disposição física e seu nível econômico para humilhar os já subjugados trabalhadores pobres (empregados domésticos, nordestinos entre outros).
Depois disto, há um grande silêncio sobre o funk, que continua popular nas rádios piratas (algumas eram de controle das equipes de som) e agora tratam dos temas ligados aos grupos criminosos, como o Terceiro Comando, ADA e etc, servindo como inspiradores de combates e aviso sobre a troca de comando local, ou sobre a sujeição dos moradores da área a nova ordem: o funk falava principalmente sobre as drogas, as armas, os comandos, muitas vezes convocando moradores de favelas a participar de atos de violência ou pregando o extermínio de inimigos.
O Funk também adotou como temática o sexo apresentado sempre como uma simples cópula, muitas vezes acompanhados de gritos e gemidos e desprovido de erotismo. Não por acaso bailes funk passaram a ter bacanais entre os participantes, na maioria das vezes menores de idade. Tais orgias começavam após a execução de alguma música que era previamente conhecida como sinal para o início do sexo. Surgiram nas favelas os bebês "filhos do trem", crianças geradas em "trenzinhos" por sexo de adolescentes com desconhecidos. Evidentemente os bailes funk também propiciaram a expansão da AIDS nas favelas cariocas. O jornalista Tim Lopes morreu assassinado por traficantes de drogas quando investigava denúncias de exploração sexual de menores em bailes funk. Alguns artistas desta fase, como Claudinho e Buchecha, enveredaram para outros tipos de tema. Os chamados "charmeiros" são um grupo de resistência a este cenário, mas que acabam sendo suprimidos, inclusive, pela mídia. Ao mesmo tempo que as músicas abordavam o cotidiano das classes baixas, alguns bailes começaram a ficar mais violentos e ser palco de "brigas de galeras", onde pessoas de dois lugares dividiam a pista em duas e quem ultrapassasse as fronteiras de um dos "lados", era agredido pela outra galera. Estas galeras podiam ser representadas por moradores de um vs. outro bairro, torcidas organizadas de times, grupos de equipes rivais, grupos de facções rivais, etc...
A pressão da polícia, da imprensa e a criação de uma CPI na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro em 1999 e 2000 suprimiram bailes, principalmente, os próximos a áreas urbanas nobres, pois além da potência das caixas de som estarem sempre acima do permitido normalmente 85dB (decibéis) por lei ,geralmente, eles começavam depois das 22h - e acabaram com a violência em poucos dos bailes,pois na maioria sempre acaba em tiroteio, ao mesmo tempo em que as músicas se tornaram mais dançantes e as letras mais sexuais. Esta nova fase do ritmo, descrita por alguns como o new funk, tornou-se um sucesso em todo o país. A partir dessa fase, o funk virou moda nacional, e inclusive começou a esboçar certo sucesso internacional, com o surgimento de grupos ingleses e de outras nacionalidades.

Anos 2000

Do morro ao asfalto o funk conseguiu, de uma maneira não muito usual, mascarar seu ritmo, mostrando-se mais parecido com um rap americano e integrou-se um pouco mais as classes cariocas. Seu ritmo hipnótico por sua batida repetitiva também contribuíram para essa adoração, algumas letras eróticas e de duplo sentido normalmente desvalorizando o gênero feminino também revelam uma não originalidade em copiar de outros estilos musicais populares no Brasil como o Axé music.

O funk ganhou espaço fora do Rio e ganhou conhecimento internacional, quando foi eleito umas das grandes sensações do verão europa de 2005 e ser base para um sucesso da cantora inglesa MIA, "Bucky Done Gun". Um dos destaques desta fase, e que foi objeto até de um documentário europeu sobre o tema é a cantora Tati Quebra-Barraco que se tornou uma figura emblemática das mulheres que demonstram resistência à dominação masculina em suas letras, geralmente de nível duvidoso, pondo a mulher no controle das situações.
Atualmente, mais precisamente em 2008, o funk continuou a se espalhar por todo o Brasil, não sendo mais sinônimo de brigas e drogas como antigamente, apesar de ainda ocorrer alguns casos isolados de violência e exploração sexual infantil. Hoje é bastante comum em cervejadas universitárias tocar musicas de funk de todos os estilos, desde os chamados "proibidões" até os funks melodias.
Mas apesar do crescimento do funk no país, as músicas tendem a ser substituídas rapidamente por outras. As músicas mais famosas fazem um sucesso muito grande, porém rapidamente perdem força e caem no esquecimento. Não há no funk registro de música que tenha sido considerado sucesso por muitos anos consecutivos.
Funk é um estilo mtoo agitado, e mtoo bom de se dançar!!
s2 Luh & Leh s2
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